Antonio Brito (PSD-BA) e Isnaldo Bulhões Jr (MDB-AL) têm os maiores índices de governamentalismo entre os 5 mais cotados na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados.
Brito votou alinhado às orientações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 95% das vezes. Isnaldo, em 94%, mostra um levantamento de Poder360. Leia a metodologia no final deste texto.
Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Marcos Pereira (Republicanos-SP) estão na outra ponta. Apesar de ser o menos pró-governo na lista dos mais bem avaliados, as suas taxas ultrapassam os 80%. Dr. Luizinho (PP-RJ), tem taxa de apoio governamental de 87%.
Considerando todos os 513 deputados em todas as votações na atual legislatura (a partir de fevereiro de 2023), o índice geral de adesão da Câmara ao Planalto é de 71%. Em outras palavras, todos os que estão na lista dos 5 primeiros têm uma taxa governamental acima da média.
A evolução da disputa
Ó Poder360 também calculou um “taxa de deslizamento” de governo, que considera, em qualquer data, os últimos 30 votos proferidos pelos deputados.
A taxa serve para medir em diferentes momentos o nível de adesão dos deputados às agendas governamentais.
O gráfico abaixo mostra a queda dessa taxa móvel governamental no mês de maio. Isso se deve principalmente às diversas votações de destaque do PL 709/2023, que proíbe benefícios a invasores de terras. O projeto, caro à bancada do agronegócio, foi aprovado com ampla votação na Câmara.
A evolução individual do governo de cada um dos listados para substituir Lira mostra padrões que devem ser considerados pelo Planalto na decisão sobre seu apoio:
- Antônio Brito e Isnaldo – são os mais alinhados ao governo, sempre dando 9 em 10 votos seguindo orientação do Planalto;
- Dr.Luizinho – ele era um dos líderes mais pró-governo, mas saiu. Dos únicos 12 votos que deu contra o governo, 6 foram em maio. É possível que ele esteja se aproximando da oposição;
- Elmar e Marcos Pereira – têm a maior variação na “taxa móvel” do governamentalismo. No entanto, seus sinais são trocados. Pereira, um pouco mais próximo do governo, acena para Lira pedindo apoio. Elmar, mais próximo de Lira, acena para o governo. Nenhum deles tem alinhamento automático e está disposto a contrariar o Planalto.
O cenário atual
A diretoria política atualmente se movimenta em torno de Arthur Lira (PP-AL). O atual presidente da Câmara quer facilitar um sucessor que tenha o apoio do governo. O deputado cita publicamente 3 nomes: Elmar Nascimento, Marcos Pereira e Antonio Brito.
Lira também tenta inviabilizar o emedebista Isnaldo Bulhões Jr., seu adversário em Alagoas, na disputa.
O atual presidente da Câmara tenta ganhar o apoio do governo para ser seu sucessor, mas afirma aos aliados que o próximo chefe da Câmara deve ter “o mesmo compromisso com a Câmara” que ele. Ou seja, ouvir a oposição e não ser alguém que sempre se alinha aos interesses do Planalto. Como mostram os dados acima, o histórico de alinhamento de Brito e Isnaldo os coloca fora desta classificação.
O próximo presidente precisará do apoio de pelo menos parte da oposição para ser eleito. O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem a maior bancada da Câmara, com 95 dos 513 deputados da atual legislatura. Além dele, há deputados do Centrão que têm o hábito de votar contra Lula. Serão necessários gestos a estes grupos para conseguir a maioria na Câmara.
O PL ainda não sabe se terá candidato. Caso decida participar da disputa, o líder do partido na Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), é o mais popular atualmente. Sua taxa governamental é de 23%. São apenas 33 deputados que votaram menos alinhados ao governo que ele.
O partido pode entrar na balança na disputa caso decida não lançar candidato. Neste caso, poderá exigir que o ungido por Lira ceda espaço de destaque à oposição na chefia da Câmara.
O PT, partido do presidente Lula, ainda não escolheu quem apoiará na disputa. Os apoiantes do governo consideram Elmar Nascimento “menos maleável” que os outros candidatos.
No Senado, o favoritismo de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) também prejudica a candidatura do deputado baiano. Isso porque os congressistas não veem com bons olhos a eleição de 2 presidentes de casas legislativas de um mesmo partido.
Elmar, por sua vez, diz que isso fortaleceria o diálogo entre os presidentes da Câmara e do Senado. Confrontado com pouco apoio entre os apoiantes do governo, ele abordou deputados da oposição.
O Planalto monitora o apoio dos principais candidatos entre os colegas. Os governantes acenaram com a cabeça para Marcos Pereira, mas também saudaram a entrada de António Brito na disputa.
Brito é quem está há mais tempo na Câmara, atualmente no 4º mandato consecutivo. O deputado tem sido constante no apoio ao governo, mas pode enfrentar resistência da oposição.
Metodologia
Ó Poder360 comparou os votos dos deputados em todas as votações em que houve orientação governamental. As votações em que o governo liberou a votação foram desconsideradas.
Abstenções e obstruções foram consideradas votos contra o governo, embora em algum momento pudessem favorecê-lo.
O percentual móvel considerou os últimos 30 votos de cada uma das datas e, no gráfico, só aparece a partir do momento em que os deputados em questão deram 30 votos nas disputas com orientação governamental.
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