Desde o início do mês, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) busca sistematizar os processos judiciais relacionados à catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul a partir do final de abril deste ano.
O trabalho está a cargo do Núcleo de Monitoramento de Demandas de Desastres Climáticos, que o tribunal criou no final de maio para acompanhar o andamento processual dessas ações, acompanhar processos com potencial de gerar grandes impactos e repercussões e propor estratégias de atuação judicial.
“O Centro também busca evitar aumento de demandas e, quando possível, litígios [processos]”, disse à Agência Brasil o coordenador do Centro, juiz federal Alex Peres Rocha, da 4ª Vara Federal de Novo Hamburgo (RS), sugerindo que a iniciativa pode agilizar o processamento da análise das demandas judiciais.
“Estamos tentando, através da jurisdição, com a nossa atividade diária, ajudar todas as pessoas afetadas por esta catástrofe”, acrescentou o juiz federal.
Para facilitar o trabalho, o TRF-4 criou um código para identificar ações que tenham relação direta com os eventos climáticos recentes no estado. “Com isto poderemos ter estatísticas mais fiáveis sobre os processos diretamente ligados ao evento climático”, assegurou Rocha, revelando que a estratégia já permitiu ao tribunal identificar alguns dados preliminares.
Até a última quarta-feira (5), já eram 68 novos casos relacionados às chuvas. Além disso, os advogados agregaram outras 80 petições a ações que já tramitavam na Seção Judiciária Federal do Rio Grande do Sul
A maior parte dos novos processos está relacionada a demandas na área cível, como pedidos de indenização por danos materiais e morais, e na área previdenciária – objeto de projeto do Poder Judiciário, SOS Chuvas RS, que envolve um esforço colaborativo de entidades do Sistema de Justiça para tentar promover acordos de conciliação em ações judiciais de benefícios previdenciários movidas por residentes no estado.
“São processos que já estavam em curso e cujos autores foram afetados ou vitimizados pelos recentes acontecimentos climáticos e, por isso, passaram a pedir urgência, prioridade, na análise dos seus pedidos”, explicou Rocha, destacando que, nos últimos dias, o O tribunal identificou um número crescente de pedidos de indemnização apresentados contra entidades públicas.
Reparar
A comerciante aposentada Aida dos Santos Pereira, de 75 anos, é um exemplo de quem busca indenização na Justiça por prejuízos decorrentes das chuvas. Moradora de uma das cidades mais afetadas, Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, ela perdeu quase todos os bens que tinha em sua casa, no bairro Harmonia, inclusive o carro da família.
Ela e o marido de 76 anos tiveram que passar mais de 20 dias fora de casa, esperando a água baixar. E, na volta, gastaram R$ 10,5 mil para uma empresa tirar a lama e limpar a sujeira deixada pelas enchentes.
“Estamos buscando compensação dos governos [municipal, estadual e federal], que falhou. Vivemos nesta mesma terra há cerca de 40 anos e nada parecido aconteceu. A partir do dia 3 de maio, quando tivemos que sair, nossa casa foi atingida por duas enchentes sucessivas.”, comentou Aida.
“Eu e meu marido estávamos assistindo TV, quando, por volta das 22h, a sobrinha dele, que mora perto, veio nos contar o que estava acontecendo na rua e que estava saindo de casa. Como nossa casa fica num lugar alto, não sabíamos de nada. Até que ela nos avisou e nos avisou para irmos embora. Tentamos sair de carro, levando algumas roupas e pertences, mas não foi mais possível. Tivemos que voltar, sair do carro e sair a pé, com água até os joelhos”, acrescentou o aposentado, que perdeu móveis, eletrônicos e pertences pessoais.
“Quase tudo foi desperdiçado. Estou sentado aqui, incapaz de fazer outra coisa senão esperar que a justiça seja feita. Porque não fomos só eu e meu marido ou três outras pessoas que fomos prejudicados, foram milhares. Espero que nos paguem pelas falhas dos governos”, criticou Aida.
O coordenador do Núcleo de Acompanhamento do TRF-4 também prevê um “aumento muito grande” no número de processos. “Esta foi apenas a segunda semana com o tempo um pouco melhor, com as condições [climáticas] regressando à estabilização e as pessoas conseguindo ter as suas necessidades primárias satisfeitas. À medida que vão retomando as atividades, mais demandas legais começam a surgir”, comentou o juiz federal Alex Peres Rocha.
Devido ao alagamento do prédio principal do tribunal, o sistema judicial eletrônico do TRF-4 ficou desligado por 18 dias, tendo sido restabelecido no dia 21.
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