Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) – As exportações do Brasil totalizaram 212 mil toneladas em maio, um aumento de 25,85% em relação ao mesmo mês do ano passado, estabelecendo um novo recorde mensal na série histórica, com o país vivendo um momento de maior oferta e preços competitivos , segundo dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgados nesta quinta-feira.
O volume exportado pelo Brasil, maior exportador mundial de carne bovina, considera o produto in natura, refrigerado ou congelado. O total de maio supera as 208,0 mil toneladas registradas em abril e o recorde anterior, de dezembro de 2023, de 208,4 mil toneladas, segundo dados da Secex.
Os embarques do Brasil, que conta com exportadores como as gigantes de proteína animal JBS (BVMF:), Marfrig (BVMF:) e Minerva (BVMF:), são mais competitivos em comparação com outros países concorrentes, como os Estados Unidos, que atualmente vivenciam um ciclo de baixa oferta animal.
O valor exportado no mês passado, 954,9 milhões de dólares, representa um aumento de 11,3% face a maio de 2023, apesar de uma queda no preço médio do produto exportado de 11,6%, que foi mais do que compensada pelo aumento dos volumes.
As grandes exportações acontecem depois que o Brasil registrou abate recorde de bovinos por frigoríficos no primeiro trimestre, segundo números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta-feira, enquanto a pecuária do país vive um ciclo de maior oferta de animais.
O abate de bovinos no Brasil aumentou 24,6% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, informou o IBGE.
Com os preços da carne bovina encerrando o primeiro trimestre cerca de 20% abaixo do mesmo período do ano passado, os produtores aumentaram o abate de fêmeas.
“Com isso, os preços estão despencando devido ao excesso de oferta que chega ao mercado. Com a queda dos preços, exportamos volumes recordes porque estamos abrindo mercados e somos baratos (gado gordo a 40 dólares/at), os mais baratos do mundo entre os grandes exportadores”, disse à Reuters a diretora-executiva da consultoria Agrifatto, Lygia Pimentel.
Ela destacou ainda que os dados do IBGE estão em linha com as expectativas.
Diante dos baixos preços da arroba, os produtores estão abatendo vacas para gerar caixa e pagar as contas, disse o especialista.
Ela acrescentou que esse ciclo de maior oferta animal, que tem beneficiado o Brasil, deve durar até o início do próximo ano.
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