Os pré-candidatos a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB) tiveram papel central nesta quarta-feira, 5, em tumultuada sessão do Conselho de Ética da Câmara, marcada por embates entre parlamentares, palavrões e ameaças. Por 12 votos a cinco, a diretoria protocolou representação do PL contra o deputado André Janones (Avante-MG) pela prática da “rachadinha”, quando parte dos salários dos servidores do gabinete é repassada ao parlamentar.
A maioria dos deputados acompanhou o voto de Boulos, relator do caso. Marçal – que estava no Congresso com distintivo exclusivo de parlamentares mesmo sem mandato – compareceu ao Conselho de Ética e entrou em confronto com o pré-candidato do PSOL.
A sessão teve que ser interrompida pelo presidente do colegiado, Leur Lomanto Júnior (União Brasil-BA), devido às sucessivas trocas de insultos e provocações. Ao final do encontro, Janones e parlamentares de oposição, como Zé Trovão (PL-SC), ameaçaram trocar ataques. A Polícia Legislativa Federal foi acionada.
Boulos e Marçal tiveram um confronto particular. O pré-candidato do PRTB chegou cedo ao Conselho de Ética e sentou-se nas cadeiras reservadas a deputados e assessores parlamentares, mesmo não sendo nenhum deles. Eles trocaram insultos durante a sessão. Boulos chamou o adversário de “treinador golpista” e disse que espera “não vender sua candidatura” ao atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição. “Trouxeram até um hack coach para tentar atrapalhar essa sessão. Espero muito que você não venda sua candidatura para o prefeito Ricardo Nunes. Vá até o fim, quero enfrentá-lo nos debates.”
“Vocês estão com medo”, gritou Marçal, rindo e com o celular na mão, enquanto transmitia ao vivo. “Faço parte do Conselho de Ética. O Boulos está falando agora. Está institucionalizando o ‘crack'”, disse Marçal em transmissão ao vivo publicada em seu Instagram. “Ele quer, com fábula, libertar Janones.”
Boulos rebateu, justificando a posição. “Não estamos discutindo os méritos do cracking. Essa discussão é o que o Tribunal fará.” Para o deputado do PSOL, não houve justa causa para o caso seguir para o Conselho de Ética por se tratarem de “fatos ocorridos antes do início do mandato”. A decisão teve apoio do governo. Os três deputados petistas no colegiado votaram a favor de Janones. Acompanharam também partidos como MDB, PP, PSD e Republicanos. Quatro deputados do PL e um do Podemos votaram contra o deputado mineiro.
Supremo
A suspeita de rachadinha no gabinete de Janones, porém, é objeto de tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). Em dezembro de 2023, o ministro Luiz Fux autorizou a abertura de inquérito para apurar se ele operou esquema de devolução de parte dos salários de assessores.
A tumultuada sessão do Conselho de Ética transbordou pelos corredores da Câmara. Janones e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), da tropa de choque bolsonarista, tiveram que ser separados para evitar que fossem pegos. “Vou dar-te um murro na cara, idiota”, disse o deputado do Avante. “Vamos, bata”, respondeu Nikolas.
Durante a sessão, Janones chamou os parlamentares da oposição de “estúpidos” – incluindo Nikolas – e os convocou “para conversar lá fora”. Os deputados ignoraram completamente o decoro. “Você é um preguiçoso, você é um mentiroso. Você m… Vamos lá fora então, quero ver”, disse Nikolas. “Vamos só nós dois. Tira a turma, tira a turma, tira a turma. Vagabundo, valentão… Bandido”, respondeu Janones.
Broche
Mesmo não sendo deputado, Marçal ganhou visibilidade ao participar da reunião do conselho. Na noite de terça-feira, 4, ele andou pelo Congresso com um broche que identifica os parlamentares da Câmara. Marçal alegou que um parlamentar forneceu o adorno, sem identificar quem era. “Isso tem que ser investigado”, disse ele, afirmando também que foi contatado por funcionários da Câmara e retirou a peça.
Em Brasília, esteve com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O pré-candidato do PRTB recebeu de presente uma medalha “imbrochável” e declarou, após a reunião, que Nunes não receberia mais o apoio de Bolsonaro e do PL. A notícia trouxe desconforto à campanha do prefeito, que contatou diretamente Bolsonaro para investigar a reportagem.
Em conversa com o EstadãoOntem, Bolsonaro negou a reportagem, dizendo estar comprometido com a reeleição do Emedebista e que jamais deixaria Marçal falar em seu nome.
“Em nenhum momento eu disse a ele que não apoiaria Ricardo Nunes. Portanto, ele errou, ou alguém errou. Estou tranquilo da minha parte”, disse Bolsonaro. “Eu disse que já tinha compromisso com Nunes, porque o vice-presidente é meu, Mello Araújo”, acrescentou o ex-presidente, em referência ao coronel da PM Ricardo Mello Araújo, seu preferido para estar na chapa do prefeito. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
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