Entidades industriais e varejistas nacionais apresentaram nota conjunta favorável ao chamado “imposto da blusa”, que foi retirada do relatório do senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) ao projeto de lei (PL) nº 914/2024, que institui o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover).
As entidades signatárias da nota — entre elas a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex) e a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) — afirmam que a isenção para compras de até US$ 50 é uma “privilégio” concedido a plataformas internacionais, o que desestimula quem investe, produz, vende e cria empregos no Brasil e pode custar 18 milhões de empregos no país.
“A rigor, é um convite explícito às empresas brasileiras para que fechem as portas aqui e se mudem para o exterior, para que possam obter benefícios fiscais semelhantes aos dos sites estrangeiros. comércio eletrônicocolocando em risco 18 milhões de empregos e milhares de empresas”eles mantêm.
O Senado Federal deve retomar nesta quarta-feira (6/5) a discussão em torno do projeto Mover, que está acalorada em função de um “jabuti” adicionado à matéria que acaba com a isenção para compras internacionais de até US$ 50 (cerca de R$ 264, na cotação atual).
Na terça-feira (6/4), Cunha surpreendeu ao retirar impostos sobre compras em sites como Shein, Shopee e AliExpress. Após a mudança, a proposta foi discutida em reunião entre líderes partidários e o relator, após o plenário, mas a discussão do assunto pelos senadores foi adiada para quarta-feira.
“Defendo que este projeto avance com aquilo que lhe deu vida, que é o Mover. É isso que vai colocar o Brasil no tema mais importante, que é o clima”, argumentou o senador Cunha após a reunião.
Na nota, as entidades dizem que o relator do Senado está “desinformado” e seu relatório é uma “grave ameaça à economia brasileira”, porque a concorrência se torna “inviável”.
“Caso prevaleça a isenção para sites estrangeiros, concedida em agosto do ano passado pelo governo, serão agravados os danos causados pela concorrência desleal causada pela desigualdade tributária, que já eliminou dezenas de milhares de empregos apenas na indústria têxtil e de vestuário e no varejo , a grande maioria, em micro, pequenas e médias empresas”, afirmam os representantes brasileiros.
Atualmente, as plataformas internacionais arrecadam 17% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é um imposto estadual. Para compras até US$ 50, não há imposto de importação (federal).
Por fim, as entidades brasileiras dizem estar “confiantes de que o Senado fará o que é certo e justo”.
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